Não tenho “trocentos” amigos

À escrivaninha. 32°C lá fora. Céu azulindo encoberto com muitas nuvens prometendo mais chuvas. 

As redes sociais têm sua importância, se utilizadas como ferramenta para auxiliar os negócios, alavancar a carreira, divulgar projetos, organizar campanhas, coisas assim. Concordo que há funções bacanas nessas redes que, se bem usadas, podem tornar a vida profissional e social mais simples e até divertida.

Acredito  ainda, que sejam também um eficiente meio de se conseguir novos amigos e de reaproximar os distantes. No entanto, há alguns anos que abandonei uma rede social que vinha me dando nos nervos: o Facebook. 

Quando lá fiz meu cadastro, tinha o propósito inicial de compartilhar os textos de meus blogs e ser encontrada para possíveis contatos de trabalho. Com o tempo, encontrei pessoas amigas, reencontrei antigas amizades, conheci algumas novas, e, enfim, passei a utilizar a rede como uma usuária comum, compartilhando ideias e sentimentos.

Não tenho trocentos amigos

Obviamente, o feed de notícias mostra atualizações de pessoas que adicionamos ou aceitamos como “amigas”, seja por delicadeza ou por vontade própria. Ver-se obrigado a filtrar o que não queremos ler e ver em nossa timeline é algo que me incomoda e muito. Manter pessoas como “amigas” quando se não está interessado no que têm a dizer é tão esquisito. Excluir pessoas depois de as aceitar em nosso perfil soa-me como indelicadeza e me deixa muito mal.

Eu não tenho aquelas centenas de amigos que apareciam em minha lista. Não mesmo! Tenho poucos amigos. De verdade. Que me conhecem e me respeitam. Que me falam a verdade, mas não me agridem. Amigos que me visitam e me telefonam, com quem me encontro constantemente. A maioria deles não está no Facebook, não me marcam em suas fotos ou escrevem em meu feed de notícias.

A maneira como algumas pessoas defendem  seus pontos de vista no Facebook, grosseira e desrespeitosamente, levou-me a tomar a decisão de deletar meu perfil pessoal naquela rede social. Muitas delas eu sequer conheço. São amigos de amigos de amigos, que despejam suas impressões em posts alheios, impregnadas de preconceitos, ignorância e falta de educação. Não costumo responder a comentários indelicados e agressivos. Prefiro o silêncio e me retiro da discussão.

A gente ainda vai se encontrar

Considero que as redes sociais sejam importantes para manter o contato com pessoas que são realmente importantes para mim, e com as quais não tenho muita oportunidade de encontrar. Mesmo assim, não quero mais ter perfil pessoal no Facebook.

Os meus amigos online ou off-line ainda podem me encontrar nos blogs e no Twitter. E os que gostam de me ver e de falar comigo ao vivo e a cores, mandam-me torpedos, emails, telefonam-me, e nos encontramos, estejam longe ou perto. Porque, amigo, a gente sempre quer e vai se encontrar.

Deletar o perfil no Facebook não é o fim do mundo. Talvez o começo…

Quando lancei o meu romance, fiz um perfil para divulgar o lançamento. Apareceu uma multidão de amigos. Quando as conversas começaram a virar discussões intermináveis, saí correndo. Prefiro divulgar minha escrita em redes menos barulhentas. Sou antissocial. Sou.

Atualmente, por necessidade de acompanhar as atividades de nosso grupo de professoras, amigas há mais de 50 anos, com quem me reconectei , precisei criar um novo perfil, exclusivamente para este uso.

Perdõem-me se não estou adicionando amigos.

Foto de Maria Maximova na Unsplash

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