Esperar minha vez de falar

À escrivaninha. 22°C lá fora. O céu está nublado, encoberto, cinzento. Quero meu azul de volta! Inexplicavelmente, sinto frio.

Estive refletindo sobre se é fácil conviver comigo, agora que passei dos 60 anos. Eu penso que sim. Suponho que as minhas meninas podem discordar, mas, sou, sim, fácil de conviver. Preciso de bem pouco para viver e não gosto de conflitos. Atualmente prefiro concordar com coisas menores para manter a paz com quem tenho de me relacionar.

Por outro lado, mantenho a decisão de dizer “não” a compromissos e solicitações menos interessantes para mim. Algo não é obrigatório? Então, não participarei. Só se for prazeroso. Percebo que as pessoas não tentam me convencer a mudar de ideia. Aceitam minhas idiossincrasias ou apenas sentem-se aliviadas de minha presença?

Nas ocasiões em que decido, ou preciso, participar de um evento, percebo a falta de paciência de algumas pessoas, durante as conversações. O problema é mais sério quando estamos em uma conversa em grupo. Eu perco minha linha de pensamento no meio e tenho de confessar que não lembro para onde estava indo meu argumento. Geralmente acontece quando interrompida apenas por um segundo. E isto acontece mais frequentemente do que eu gostaria.

Minha estratégia, quando estou em uma conversação online, é manter meu bloco de notas por perto e anotar o que quero dizer em seguida. Se a conversa for ao vivo, não é possível usar este recurso, obviamente. Então, tento concluir o pensamento – pois poderei esquecê-lo depois, e me torno, frequentemente, um tanto prolixa demais. E sou interrompida…

Após os sessenta, percebo que preciso exercitar mais o silêncio e esperar a minha vez de falar.

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