Dezoito anos com um Anjo

À escrivaninha. 32°C lá fora. Céu nublado, como nublado vive meu coração. Há 18 anos tenho um Anjo. Hoje é o dia em que ele foi para o Céu. Durante todo este tempo, não choro sua partida. Lágrimas contidas, apertadas dentro do peito.

Semana passada, sonhei com ele. Ouvi sua voz e o abracei. Era criança, no sonho, o meu bebê, embora tenha ido aos 19 anos.

Nos últimos meses, mudei a perspectiva em relação a marcar e, de uma certa maneira, protestar a maneira trágica como me foi arrancado. Até o ano passado, eu só usei roupas pretas. Agora, já me sinto livre para usar cores, mas ainda mantenho uma base preta. Carrego uma cruz de ouro branco que dei para ele, e que, por uma ironia do destino, ele deixou caída no chão, em frente a seu guarda-roupa, antes de sair de casa e não mais voltar.

Sei que não são cores nem objetos que o trarão de volta, mas esta é a maneira que tenho de honrar a memória de meu Anjo e mantê-lo sempre perto de mim.

Parabéns pra você,

Nessa data,

querido.

Foto de Artem Beliaikin na Unsplash

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