À escrivaninha. 28º lá fora. Céu acinzentado e encoberto. Sinto uma brisa fria outonal.
Por mais de uma década, eu escrevi, em meu extinto blog, sobre o meu cansaço e o meu mau humor, paralelos ao meu amor e à minha dedicação à Educação. Escrevi, também, sobre a preocupação com o impacto de minhas atitudes na preservação dos recursos ambientais. E sobre outras coisas mais.
Eu escrevia naquele blog, apaixonadamente, com amor e com o coração. Apreciava a possibilidade de ser uma blogueira interessante e divertida, enquanto me conectava com outras pessoas interessantes e divertidas. E tive experiências maravilhosas proporcionadas pelo Blog. Encontros, almoços, brunches, eventos. Tantas oportunidades para conhecer, conversar, aprender e crescer.
Minha inspiração para escrever posts estava em meu trabalho na Educação. Minha inspiração estava nas rodas de leitura e nas oficinas ambientais que eu produzia e ministrava. Isso foi antes de eu me desligar do Magistério. E de eu envelhecer, obviamente.
A vida se transformou com esta nova fase, e a minha inspiração para escrever mudou o foco. Fechei aquele blog e criei este novo. Passei a escrever sobre maturidade. Passei a escrever apenas sobre como é a minha vida agora. Sobre como importa apenas o necessário para sobreviver de verdade.
“Narrar é selecionar detalhes”. Com este olhar seletivo, escolho o que me parece relevante. O que meu coração seleciona como tocante.
Atualmente, quero escrever sobre por que me tornei quem eu sou, e sobre algo que eu faço, após a meia-idade. Nos últimos anos, reorientei minhas atividades diárias e acrescentei coisas para preencher o tempo vago, imposto pela Covid-19. Incorporei novos hábitos à minha rotina, na quarentena, e pretendo mantê-los por muito tempo.
Deste modo, a minha escrita tende a refletir os meus dias. E meus dias se resumem a ler muito e escrever um pouco; interagir online, menos do que deveria; assistir à tevê, às vezes; jogar bastante; cozinhar demais; cantar e meditar o tempo todo.
Enfim, aparentemente, talvez minha rotina seja um tanto senil, mas satisfatória para mim, na atual conjuntura.
Quero escrever sobre como tais coisas me deixam alegre. Não quero registrar o que fere e decepciona. Quero escrever sobre aquilo que me ilumina a mente e afaga o coração. Penso que nem preciso esperar uma ideia me chamar. Basta observar o dia e deixar o texto fluir.
Oi, Amada, que bom saber que você tem prazer em me ler. As outras coisas, cujas emoções não registro aqui, vão para o caderno de reflexões pessoais. E, particularmente, não estar trabalhando oficialmente faz parecer que nossa rotina é senil, embora rica e prazerosa.
Beijo, menina
Não acho sua rotina senil. Menos ainda tediosa. Há tanta riqueza nos detalhes. E mesmo que você escolha só compartilhar a alegria, sabemos que as outras emoções seguem por aí, não é? Obrigada por seguir escrevendo, inclusive, porque foi só por isso que vim: pra te ler e ficar um pouquinho mais contigo.
Amor. e beijo menina.
Respondi fazendo um post: https://xn--cafnaescrivaninha-dtb.com.br/processando-o-banco-de-dados-de-nosso-coracao/
beijo, menina