À escrivaninha. Lá fora, 26°C. Segunda-feira silenciosa e nublada. Sensação de um calor fora do comum.
A ideia de felicidade, em nosso mundo contemporâneo, é de satisfação ou de um estado de bem-estar. Em nossa sociedade, difunde-se o conceito de que você pode ser capaz de gerar e gerir a sua própria felicidade. Talvez isso explique a busca desenfreada por bem-estar e satisfação consigo mesmo e com a vida.
Eu sei que, daqui para a frente, nem todo dia será um bom dia. Nossos níveis de estresse estão altos, e os ânimos estão ficando cada vez mais decaídos. Há pessoas sofrendo desesperadamente por causa desta epidemia. Por outro lado, há quem está aprendendo lições valiosas, em meio a esta crise mundial.
Mesmo antes do isolamento social, a fim de diminuir a disseminação do COVID19, sempre preferi ficar em casa, se não for necessário ir lá fora. Então, estou conseguindo manter a minha sanidade, o meu otimismo, a minha vitalidade, a minha resiliência e alegria de viver.
Já não penso em envelhecer bem. Penso em ser o melhor que eu puder, a cada dia. Como se fosse o meu último.
A vida da gente é estruturalmente ligada ao estresse, ao desprazer, à realidade adversa, ao conflito. Há tantas circunstâncias que nos impedem a realização de nosso desejo de ser feliz. Um projeto de felicidade é a busca por bem estar e serenidade em meio a adversidades.
Um projeto de felicidade possível
A felicidade “possível” depende muito de nosso temperamento, bom- humor e vitalidade. Depende dos mecanismos de defesa que desenvolvemos ao longo da vida. Depende de nossos valores, de nossos ideais, de nossos hábitos e de nossas habilidades.
Nossa adaptação ao ambiente tem muito a ver com nosso bem- estar. A vida que vale a pena é diferente de uma pessoa para outra. Ajustar-se ao ambiente ou romper com ele é a busca por uma vida que vale a pena.
Quero estar atenta a coisas pelas quais devo ser grata todo dia. Reconhecer meus privilégios, ser solidária e ter empatia com os outros. Nesse momento específico de distanciamento social, sou grata por ter minha filha e minha neta perto de mim. Temos comida e abrigo, salário garantido e estamos saudáveis.
Quero exercitar o autocuidado, de meu corpo físico e mental. Desapegar da vaidade e do consumismo e me contentar com o essencial. Não preciso de muito para viver bem.
Quero focar no que é importante viver no presente. Não estar ansiosa pelo que o o futuro me reserva. Ocupar-me apenas do que vale a pena.
Quero ter um comportamento que favoreça o bem-estar. Afastar-me de lugares, situações e pessoas tóxicas. Isso não é fuga; é sinal de saúde mental.
Quero estar em atividades que tornam minha vida mais tranquila. Cuidar de minhas plantas, escrever no blog, ler feeds de blogs e livros digitais, assistir a séries, filmes e lives interessantes, cozinhar receitas saudáveis, conversar e estar com pessoas queridas. E comer chocolate!
Ficar em casa nos obriga a fabricar nossas próprias terapias para entretenimento e saúde. Deve haver infinitas possibilidades. Aprender a encontrar os pequenos prazeres e a alegria das coisas simples é algo com o qual todos podemos nos beneficiar agora.
Fique bem. Esteja feliz.
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