À escrivaninha. 22°C lá fora. Céu nublado. A chuva vem toda noite. Outono.
Observo meus braços e pernas mais flexíveis e fortes, e minha postura muito melhor. Minha professora e treinadora de ginástica percebeu meus ombros alinhados, não mais caídos ligeiramente para a esquerda. Agora tenho uma marcha mais centrada e correta. E uma postura protetora ao sentar e ao ficar de pé.
Provavelmente há muitas razões para essa mudança. Talvez esses resultados venham do programa que ela desenvolveu para aumentar a resistência e a flexibilidade. Acredito, porém, que nada funcionaria se eu não mantivesse a força de vontade e a determinação de fazer os exercícios. E de continuar, todos os dias, a despeito da distância e do impedimento de aulas presenciais.
Nem sempre foi assim. Eu era bem resistente a fazer exercícios. Interrompi meu desafio de caminhar diariamente, dentro do condomínio. A experiência de descer, todos os dias, para as caminhadas, não me atraiu. Construir um hábito de exercício matinal foi algo bem estranho para mim, mas tenho conseguido fazer ginástica, sem perder nenhuma aula.
Outra razão é desejar a probabilidade de viver funcionalmente e por mais tempo. Tempo para que eu possa ver minhas meninas crescerem e desabrocharem na vida. Hoje papai recebeu a segunda dose de vacina contra a COVID-19, e isto é mais um sopro de esperança e alívio. Mamãe viveu 84 anos, e ele caminha para os 95. Ela sofreu com Alzheimer, mas ele está saudável e lúcido. Quero a bênção da saúde, e, se Deus quiser, da longevidade.
Esta é a minha definição de longevidade. Não se trata de anos, trata-se de qualidade de vida e de manter o meu corpo e o cérebro saudáveis e fortes para estar com quem amo.
Além de exercícios e de uma alimentação saudável, manter os níveis de estresse dentro de um certo limite tem sido um desafio para meu corpo e meu cérebro. Os livros, a meditação, a escrita, a música, os jogos, a culinária, as lives, os cursos, as séries e filmes, a dança, as conversas têm sido a válvula de escape para o estresse do isolamento nesta pandemia. É um ajuste ideal para minha vida agora.
Então, a saída é continuar vivendo. Cada amanhecer é uma vitória. Apenas, continuo a cultivar o que faz minha alma feliz e a viver da melhor forma todos os dias. Pois, a cada dia basta o seu mal. Ou bem.