À escrivaninha. 26 °C lá fora. Céu nublado e tarde friazinha de outono.
Hoje vim apresentar um conto que nasceu como uma tarefa do ateliê de escrita da Ana Rüsche. Escrevi essa história com o coração aberto, na esperança de que ele tocasse minha mentora de alguma forma. Para minha alegria, ela gostou, mas salientou que eu não deveria poupar a protagonista. Deveria fazê-la sofrer mais.
Pensando cá com meus botões: tem sofrimento maior para uma mulher que a sensação de um ninho vazio e a expectativa de não ser mais útil ou, no mínimo, necessária?
Pois bem, editei o conto e, três anos depois, fui convidada a compartilhar textos com o timaço de escritoras que escrevem no Coletivo Sabático Literário. Olha a responsabilidade! Enviei-o como post de estreia no blog.
Em “Nem tão crescida assim”, criei a relação entre uma avó e uma neta, duas pessoas que se amam, que se estranham um pouco e, acima de tudo, aprendem juntas.
Este é um conto sobre olhar o passado no presente e sobre aceitar que a vida está sempre mudando:
O ninho vazio não precisa ser sinônimo de tédio. Pelo contrário, pode ser o momento perfeito para abrir as janelas, respirar fundo e se permitir novas aventuras, como a protagonista do conto — vai lá ler e depois me conta o que achou.
Se o conto mexer com você e trouxer uma mistura de saudade e esperança, saiba que o vazio pode até incomodar, mas ele é o espaço onde a vida pode nos surpreender. E a gente ainda pode rir um pouco de tudo isso.
Foto de Lidia Stawinska na Unsplash