À escrivaninha. 21°C lá fora. Céu nublado e triste. Como meu coração. Deixe ir, digo para ele. Aprecie o silêncio. Respire. Morda a língua. Seja monossilábico. Pratique a atenção plena. Supere as pequenas (as grandes também) humilhações cotidianas e não permita que se repitam. Refugie-se. Ouviu, coração?
O amor dói
O amor machuca e marca
Qualquer coração
Não é forte
Ou forte o suficiente
Para suportar muita dor
O amor é como uma nuvem
Segura muita chuva
O amor machuca
Ooh, ooh, o amor machuca(Nazareth – Love Hurts)
O amor machuca muito. E carrega muita chuva. Muita dor. Muita tristeza. Deixa o coração nublado e pesado. Mas a chuva não cai. As lágrimas não descem. Represadas.
Resistirei, responde-me o coração. Descartarei do seu peito os sentimentos desgastantes. E não deixarei o que fere ou decepciona roubar sua alegria.
Sim, coração meu, a dor é inevitável. Mas sobreviver a ela é preciso. Apreciarei o silêncio. Deixarei ir…