O momento em que as palavras dormem

À escrivaninha. 26 °C lá fora. Céu estrelado em uma noite quente e silenciosa.

Estou com uma preguiça daquelas. O novo romance que venho editando há meses? O livro de contos que comecei tão animada? Estão, há dias, abandonados.

Nesses dias, sinto uma tristeza estranha, quase palpável. Minha mente vagueia, e me vejo longe daqui, caminhando em uma cidadezinha qualquer, longe de prazos e expectativas. Só eu, meus pensamentos e um caderninho velho para rabiscar qualquer ideia que surgisse.

Estou cansada. Desanimada. O peso das palavras não escritas parece maior do que deveria. Só de pensar em mais uma sessão de edição ou em procurar palavras para os contos, me dá vontade de desistir.

Talvez esse sentimento seja passageiro. Espero.

É curioso como, mesmo nos momentos de desânimo, a escrita encontra uma maneira de se manifestar. Aqui estou eu, afinal, colocando essas reflexões no papel.

Esta noite quente e silenciosa, com seu céu estrelado, me faz pensar que talvez o que eu precise não seja desistir, mas sim dar um passo atrás. Respirar. Observar.

Às vezes, é no silêncio e na pausa que encontramos a força para continuar. E, quem sabe, amanhã, ou depois, ou na semana que vem, eu acorde com uma nova perspectiva. As palavras podem voltar a fluir, os personagens podem ganhar vida novamente.

Até lá, vou tentar ser gentil comigo mesma e aproveitar este tempo como um momento para recarregar as energias.

Foto de RDNE Stock project

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