À escrivaninha. 26°C lá fora. Quem gosta de dias nublados?
Muito do que fazemos e de como agimos visa, de alguma forma, melhorar nosso próprio nível de conforto. Evitamos contato físico e verbal. E nos isolamos.
Evitamos falar com os vizinhos no corredor ou no elevador. Ligamos o celular ou colocamos o fone de ouvido e, assim, não nos envolvermos em uma conversa com o motorista do Über. Ou, simplesmente, ignoramos o telefone quando alguém chama.
Nenhuma dessas atitudes tornam alguém uma pessoa ruim. Confesso: eu sou culpada de todas essas três atitudes. Venho tentando ser menos individualista. Não que eu seja alguém isolado do mundo e das pessoas. Eu sou egoísta como qualquer ser humano normal. Não tenho o hábito de ser gentil o tempo todo. No mínimo, sou educada e civilizada.
Fiz um perfil em uma rede social que detesto para divulgar o lançamento de meu romance. Apareceu uma multidão de amigos por lá. Quando as conversas começaram a virar discussões intermináveis, saí correndo. Prefiro redes menos barulhentas. Sou antissocial. Sou.
Perdõem-me se não estou adicionando amigos.
Imagem: Canva
Este post participa do #Literoutubro, cuja proposta é escrever um texto sob o tema disutópicos, a fim de explorar ideias de sociedades perfeitas ou falhas, e as tensões entre o desejo de utopia e a realidade de distopias. O tema de hoje: CONVERSA