O futuro estremece

À escrivaninha. 27°C lá fora. Céu cinzento e sol tímido despedindo-se de mais uma tarde agradável de primavera.  

Embora importantes para a conscientização de que a realidade precisa de mudanças, certos temas provocam em nós uma sensação de impotência e até desespero. Passamos mal com tanta impunidade, corrupção, pedofilia, violência doméstica, crise na educação, problemas na família, no país, no mundo…

Lembro-me do dia em que a minha Princesinha, que só engatinhava, tentava apoiar-se em qualquer coisa e ficar de pé. Naquele momento, pensei: “O que nós, adultos, precisamos fazer para que as crianças de hoje venham a ser, no futuro, adultos de qualidade, pessoas saudáveis e felizes? Quando nossas crianças se tornarem adultas, que tipo de adultos elas serão e que futuro terão? E senti medo. Medo deste futuro.

Hoje em dia ainda olho para o futuro com tristeza e me pergunto se ainda podemos ter esperança. Eu diria que precisamos ter esperança!

Ainda há tempo de salvar o futuro de nossas crianças? Sim, porque o futuro é construído pelos pais, pelos professores, pelos políticos, pela sociedade. Temos os recursos para fazê-lo. Temos a consciência dessa necessidade. Questões precisam ser debatidas, denúncias precisam ser feitas, erros precisam ser combatidos, mudanças precisam acontecer.

Há dezenove anos, presenciei a Princesinha gritar de prazer ao conseguir ficar em pé. E estremeci.

Foto: Canva


Este post participa do #Literoutubro, cuja proposta é escrever um texto sob o tema disutópicos, a fim de explorar ideias de sociedades perfeitas ou falhas, e as tensões entre o desejo de utopia e a realidade de distopias. O tema de hoje: MEDO.

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