À escrivaninha. 31°C lá fora. Dias nublados e abafados antecedem a chegada do outono na próxima semana. Que venha, com seus tons dourados e clima mais ameno.
Rata de biblioteca desde a adolescência, passava todo e qualquer tempo de aula livre dentro daquele lugar, meu santuário, onde eu podia viajar sem sair do lugar. Da terra ao espaço, neste mundo ou em mundos inventados, eu era livre quando me refugiava na leitura.
A biblioteca é um território livre
A minha amiga Gabriela Pedrão, bibliotecária e mediadora em um dos clubes do livro de que tenho a alegria de participar, fez um vídeo especial para comemorar o seu dia.
Voltei ao meu tempo enfurnada na imensa biblioteca da Escola Normal Carmela Dutra, ao ouvi-la afirmar: “A biblioteca é o primeiro espaço de escolha que uma criança tem. Ela pode escolher livremente o livro que quer levar e aprende que ali é um espaço de liberdade”.
Ela ressaltou a importância das bibliotecárias e dos bibliotecários neste que é um espaço de escolha, de descoberta e de incentivo à criatividade. Recomendo que cliquem no link acima e o assistam até o fim.
Por isso, neste dia, considero importante ressaltar o papel das bibliotecas para garantir a cidadania e assegurar acesso mais democrático às informações.
Relação afetiva com a leitura
Enquanto me encontrava confinada em casa, durante a epidemia de Covid-19, eu, que já tenho um histórico pessoal e profissional de leitora compulsiva, intensifiquei ainda mais o hábito de me refugiar dentro das aventuras que o livro proporciona.
Foi nessa época que acatei a ideia de uma amiga querida e iniciamos um clube do livro virtual. Não estávamos indo a lugar nenhum no momento. Assim, mantínhamos o distanciamento e desfrutávamos de um pouco a velha experiência de viajar sem sair do lugar. Era um projeto apropriado para tempos estressantes.
E lá se vão três anos de encontros maravilhosos, em nossa Confraria em busca do livro perdido, com pessoas que compartilham o prazer da leitura. Quero levar isso para o resto da vida.
Terminado o período de isolamento social, adquiri o hábito de participar de encontros semelhantes e me associei ao outros clubes de livro. Esses encontros foram responsável por me fazer desbravar por autores e gêneros que, normalmente, nunca apreciaria.
Ler um livro é uma atividade solitária
Diferente da biblioteca, onde há liberdade de escolha por histórias com as quais nos identificamos para ler na solidão de nosso cantinho preferido, o clube do livro nos guia – nos empurra até – por outras veredas na companhia de pessoas que compartilham o mesmo prazer da leitura.
Ler deixa de ser uma atividade solitária quando experimentamos compartilhar este ato em um clube do livro. Durante um tempo, percebemos as várias nuances de uma obra literária sob a luz de vários saberes e olhares.
Os clubes do livro vão além de uma discussão literária. Também conversamos sobre temas diversos em um grupo de amizade que se fortalece a cada encontro. Leitura após leitura, a experiência tem sido desafiadora e estimulante, já que a literatura nos instiga a questionamentos e reflexões em uma experiência de aprendizado que extrapola os limites das obras que lemos.
Romance de todos os tipos e para todos os gostos são incorporados a nossos antigos gostos, desde que decidimos enveredar por esse caminho fascinante. Outros, decidimos que não são, definitivamente a nossa praia. Mas, ainda assim, os lemos todos. E aprendemos com eles também.
Estou muito grata por mantê-los em minha nova rotina. Poder olhar para trás e perceber quantos momentos maravilhosos desfrutamos com pessoas que compartilham o prazer de um bom livro.
E você, participa de um clube do livro?