À escrivaninha. 29°C lá fora. Céu azul, com um aspecto nublado. Calor o dia todo, e, agora, no fim da tarde, um solzinho tímido se arrisca a aparecer.
Esta semana, oficialmente, tornei-me uma velhinha. Aos olhos dos outros, penso eu. Percebi, atônita, em vários episódios, nos últimos dias, que sou vista como uma velhinha. Notei que tais atos foram motivados pela percepção de que sou uma velhinha necessitada de ajuda, de orientação, de condescendência, até de repreensão.
Estou em minha 6ª década de vida e, na maioria dos dias, eu me sinto bem, com energia. Ainda não me sinto realmente velha. Hoje, entretanto, minha autoimagem foi radicalmente por terra.
Confesso ter me sentido um pouco triste, pensando: “Como fiquei velha tão rápido?” Parece tão repentino. Um dia você é jovem e, de repente, você está velha. É uma revelação, quando, de repente, você percebe que, aos olhos dos outros, você é uma velhinha.
Apesar de minha osteopenia, penso que estou me saindo bem, graças à ginástica e ao Lion Gong diários. Concordo que meu corpo não parece o mesmo de antes. Por dentro, no entanto, não me sinto diferente do que me sentia há algumas décadas. Talvez um pouco mais sábia, mais confiante e segura de mim mesma.
Não nego minha idade, mas não entendo por que deva deixar que os outros me definam. Prefiro me apegar à autopercepção de que envelhecer é uma experiência positiva e não negativa. Viver é uma bênção. Tenho muito pelo que ser grata. Estou apenas vivendo. Como todo mundo.