À escrivaninha. 23°C lá fora. O sol continua a brilhar em um céu maravilhosamente azul. Sinto calor. Gosto disso. Fiz mingau de aveia e suscitei lembranças da infância e adolescência, na cozinha de mamãe. Nostalgia.
A aposentadoria pode ser solitária. Não significa que seja triste. Estou confortável em minha condição de “não ocupada”. Algumas manhãs, percebo que não tenho nada planejado e comemoro essa liberdade de fazer o que quiser com meu dia. Outras manhãs, percebo que tenho um dia muito cheio e também posso comemorar essa ocupação inusitada. Há dias calmos em que não tenho certeza do que quero fazer. E dias agitados quando eu gostaria apenas de estar em casa.
Embora faça listas diariamente, não me preocupo em criar alguma rotina. Treinos de ginástica, escrita no blog, clubes do livro e administração da casa são as únicas atividades que mantenho como fixas. Exigem compromisso, responsabilidade e agendamento. Reconheço que cada um delas é um desafio para minha mente. As atividades de lazer não são rotineiras, mas entram na lista diária com a mesma importância. São igualmente estimulantes e desafiantes.
Após os sessenta, ingressei na jornada da autoaceitação. É mais fácil aceitar minhas falhas e limitações e aprender com elas. E também me dar crédito por meus pontos fortes. Percebo que, muitas vezes, pensamos demais e nos preocupamos com certas situações até a mente e coração chegarem a um ponto crítico de estresse.
Nos últimos meses, a vida tem sido bastante desafiadora e, muitas vezes, vejo-me confrontando situações que frustram minha alegria. Analisando cada uma, percebi que, quanto mais me afetam e me apertam o coração, eu sei o quanto significam para mim. Isto tem sido útil para descartar o que não é bom para minha realidade atual e reconhecer e abraçar o que me é importante.
No final das contas, talvez, precisemos apenas aproveitar cada dia e encontrar maneiras de fazê-lo funcionar para nós.
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