À escrivaninha. 26º lá fora e muito abafado aqui dentro. Feriado de Corpus Christi. Recebi um convite para um churrasco, imagine. O número de vítimas fatais da Covid-19 ultrapassa 7 mil no Rio. Sigo em casa, pois ainda não me sinto à vontade para sair.
Nesta segunda metade da minha vida, tenho mais experiência, coragem e força. Eu não tinha essas qualidades quando era mais jovem. Idade e experiência me deixaram sem medo. Porém, não tenho irresponsabilidade de desafiar um vírus que pode ser fatal.
A meia-idade também me deu algo: aceitação. Aceitação de que não estou no controle aqui. Aceitação de uma situação que não posso mudar.
Encontrar serenidade no meio de uma epidemia é difícil. Não olho para o futuro em busca de satisfação. Agora é o único tempo em que as coisas podem acontecer. O passado não pode ser mudado. O futuro, não sabemos o que vai acontecer. Concentro-me no hoje.
O que conseguirmos realizar, precisa ser algo que nos mantenha saudáveis emocionalmente. Quando isso tudo passar, poderemos dizer que sobrevivemos? O futuro é uma página em branco. Uma incógnita.
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