À escrivaninha. 24°C lá fora. Céu nublado. Solzinho tímido de outono. Eu gosto de ficar quieta dentro de casa. Parafraseando Roseana Murray, gosto de ficar em casa feito um gato.
Não aprecio aglomerações e tento evitá-las com determinação. Mais de um ano em casa solidificou esta minha característica. Sair para a rua parece-me a coisa mais difícil do mundo. Não entendo por que as pessoas passeiam tanto, em meio a uma pandemia.
Eventualmente, gosto de visitar museus e de passeios culturais. Gosto de ir ao cinema assistir a filmes de ficção científica. Gosto de bater papo com as amigas em um bar aconchegante. Essas atividades são agradáveis, mas nunca foram rotineiras. Gosto de ficar em casa feito um gato.
As atuais reuniões online, por aplicativos de vídeo, permitem-me encontros e boas conversas e gargalhadas. Elas vêm ocorrendo frequentemente. Estou satisfeita, por ora, e espero que as videoconferências continuem fazendo parte da minha vida pós-pandemia.
Obviamente, após concluída a segunda etapa de vacinação contra a COVID-19, tentarei me aventurar no mundo além de meu apartamento. Mascarada e evitando multidões, sempre . Visita a papai será a prioridade. Também desfrutarei a companhia de algumas pessoas muito queridas, eventualmente.
Entretanto, ainda continuarei a evitar grandes reuniões sociais e ficar em casa dias a fio. Estabelecer-me em meu lugar de refúgio e gostar de ser introvertida por um tempo.
Porque gosto de ficar em casa feito um gato.