À escrivaninha. 27 ºC lá fora. Céu azul resplandecente escondido atrás de imensas nuvens de algodão.
Este é o sétimo post do ano, mas quem vai ler? Provavelmente ninguém, mas aqui estou eu, firme e forte, tecendo minhas reflexões sobre a vida após a meia-idade. Escrever no blog é como um exercício mental que, se eu parar, meu cérebro pode enferrujar tão qual um motor velho esquecido no quintal o inverno todo.
Para dar uma esquentada nos neurônios, mantenho a mente afiada com os desafiadores quebra-cabeças de blocos de madeira, o Wood Block Puzzle. Além disso, desfruto de ótimos momentos de entretenimento gerenciando minha fazenda virtual no jogo Hay Day, como uma fazendeira de sucesso.
E o novo romance, vivem me perguntando, quando sai?
Vai bem, obrigada. No ritmo dele, ou melhor, no meu ritmo, que anda muito lento por sinal. Venho experimentando um sentimento de desapego e desencanto em relação às expectativas sobre a publicação de livros. Definitivamente, não foi este o objetivo quando comecei a escrever o primeiro manuscrito. Eu só precisava de algo para manter minha mente ativa e desafiada.
Escrever romances me mantém viva, em todos os aspectos de minha vida sexagenária. Não tem muito a ver com dinheiro ou fama. É mais sobre satisfazer esse sonho antigo de trabalhar em um projeto literário.
Não assuma mais fardos do que sua infraestrutura pode suportar.
Além de escrever no blog e na newsletter quinzenal, tenho me ocupado em editar o novo romance. Como se não bastasse, inventei de incrementar meus projetos literários. Agendei várias lives com autoras convidadas e abri uma oficina online de Mediação de rodas de leitura. Somado a isso tudo, continuo envolvida na curadoria e mediação de meus dois clubes do livro.
Alguém comentou que estou assoberbada de tarefas e me perguntou como eu conseguia dar conta de tudo. Parei para avaliar se eu realmente estou carregando mais coisas que poderia conseguir. Cheguei à conclusão que, com organização e amor, tudo flui muito bem. Tenho consciência de que faço o melhor que posso com os recursos e habilidades que tenho. Cada projeto, ao contrário de me sobrecarregar, alimenta minha mente e reabastece minha energia.
Dá trabalho? Sim. Muito. Mas fazer o que se ama não é um fardo se a alegria recebida em troca é mil vezes maior do que nossa alma pode suportar.
Foto de Hannah Wei na Unsplash