À escrivaninha. 26ºC lá fora. Céu azulzíssimo e um calorzinho outonal discreto. Hoje é Domingo de Páscoa. Amanhã é o aniversário de meu Anjo. Creio na ressurreição. Não compreendo este mistério, mas creio.
Ocasionalmente, alguma circunstância foge de nosso controle. O cérebro entra em colapso. As emoções são contraditórias. Nestes momentos, o autocontrole depende de um ato de equilíbrio. E o que você faz?
Reagir positivamente em situações desafiadoras pode nos tornar capazes de lidar com o problema e superar o obstáculo. E, se for impossível mudar a circunstância adversa? Resta-nos, apenas, resistir à pressão e tentar manter o equilíbrio mental.
Tenho me esforçado para lutar e vencer o medo e a impotência diante da tempestades diárias. E resistir positivamente, mesmo quando não enxergue nada de bom na situação. O que de pior poderia vir dali? Ou como tal evento seria positivo em meu crescimento?
A realidade é quase sempre menos pior do que imaginamos. Luto para não transformar o problema em algo maior do que ele é realmente. Aprendi a parar, respirar, refletir e analisar a circunstância adversa. E verificar se há algo que eu possa fazer para mudá-la. Caso contrário, começo a trabalhar para me adaptar e sobreviver!
É fácil? Nunca é. As ideias e pensamentos não são os melhores. O desespero e a vontade de fugir é grande. Entretanto, a situação está lá. Algo precisa ser feito. É preciso tomar uma decisão para recobrar o autocontrole ante a tempestade.
Conscientizo-me de que os eventos imutáveis estão fora de meu controle. Aceitar esta verdade é o primeiro passo para não perder a sanidade. Concentro-me na realidade e não no cenário que minha mente cria. Você tem de aceitar a verdade. Negar-se a isto não a mudará. Respiro profundamente até relaxar e conseguir avaliar o problema e perceber o que posso fazer para mudar a circunstância.
Deixo o tempo trabalhar a meu favor. Quando eventos adversos estão fora de nosso controle, não podemos voltar o tempo e impedir que aconteçam. Venho aprendendo, dia a dia, a me adaptar a cada nova realidade desafiadora. E a vencer o desespero e o descontrole.
Após a tempestade vem a bonança? Nem sempre. Às vezes, vem a destruição e a dor. Mas, também, a reconstrução. E a vida segue.
Em alguns desses eventos desagradáveis, podemos buscar soluções e fazer mudanças. Em outros, precisamos aprender a conviver com a circunstância que não pode ser alterada. Aprender na adversidade é assustador. Vencer nosso maior inimigo, o desespero, é uma luta insana.
Convivemos com problemas contornáveis e solucionáveis e com problemas imutáveis. Desejar que as coisas sejam diferentes é perda de tempo. Eu, apenas, conscientizei-me de que eventos como morte e doenças irreversíveis estão fora de meu controle. Não posso curá-los ou trazê-los de volta. Mas, posso tratar minha ansiedade sobre o que não posso controlar.
Todos os dias, tento me concentrar em cuidar de mim mesma. Quando estou estressada por qualquer coisa fora de meu controle, a ansiedade tende a se manifestar como doença. Sinto muitas dores musculares, cólicas, e a urticária ataca o corpo inteiro.
Mas, e a mente? Quero adoecer? Eu prefiro que não. Quando estou a ponto de me descontrolar emocionalmente, digo para mim mesma: “É apenas meu cérebro me testando”. Relaxamento, respiração profunda, meditação e muita oração têm sido o remédio para reduzir minha resposta ao estresse.
Sou apenas humana. Enfrento minhas tempestades, transformando-as em paixão pela vida. Pelo que ainda vale a pena viver. A dor, esta danada, ela nunca acaba. A vida, esta inesperada, ela sempre surpreende.
Amei!
“Sou apenas humana. Enfrento minhas tempestades, transformando-as em paixão pela vida. Pelo que ainda vale a pena viver. A dor, esta danada, ela nunca acaba. A vida, esta inesperada, ela sempre surpreende.”
Querida, Beth, grata pela visita.
Sim, a dor é inevitável. Mas sobreviver a ela é preciso.
Beijo, Menina