Através das pedras

À escrivaninha. 25ºC lá fora! O sol brilha lindamente. É inverno, naturalmente, frio e úmido, mas, aqui, no Rio, não estamos habituados a temperaturas tão baixas, como as das últimas semanas. Então, quero apreciar este dia ensolarado com alegria e gratidão.

Pergunto-me, dia após dia, se a pandemia acabará em algum momento. Tenho a impressão de que esta situação é para longo prazo. Meus pensamentos tendem a ir com o fluxo: aceitar o que vem em meu caminho, buscar a calma dentro de minha alma e diminuir as expectativas que estabeleci para mim.

Tenho tentado deixar as coisas fluírem através de experiências felizes e amargas, sem deixar minha calma interior ser abalada ou minhas emoções descontroladas. Tenho pedido fé e esperança para permanecer firme em meus objetivos de ser uma pessoa boa e positiva em meio ao caos.

Às vezes, é fácil acompanhar o fluxo e contornar as pedras no caminho. Em outro momento, é necessário mudar a narrativa para escapar de situações prejudiciais à saúde emocional. Às vezes, nossa força se torna nossa fraqueza, e sentimos que podemos simplesmente deixar passar e relaxar. 

Durante episódios estressantes, quando as pedras são difíceis de contornar, anseio por um refúgio só meu. Concentro-me em alguma atividade silenciosa, em que eu possa estar em meu próprio espaço. Onde eu possa ficar em silêncio e conduzir minha mente para um lugar mais pacífico. Onde eu possa usar o “poder” de invisibilidade da idade a meu favor e desfrutar da liberdade que ele me traz. 

Assim, sigo vivendo cada momento, cada dia que chega, sabendo que estou fazendo o melhor que posso. E nos dias em que não consigo, apenas deixo ir e fluir. Como as águas de um rio, através das pedras.

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