À escrivaninha. 23°C lá fora. Tarde nublada e fria. Há vários anos, meu blog funciona para fins terapêuticos.
Descobri isto depois de permanecer oito meses sem blogar, quando sofri uma tragédia pessoal. Ao voltar a escrever no blog, percebi que nenhum divã ou Rivotril eram mais eficientes que escrever aqui. Blog é terapia, sim: parei com os calmantes quando voltei a blogar.
Blogando percebi que podia ser útil participando das “blogagens coletivas” por alguma causa importante, alertando, protestando e ajudando as pessoas. E o mais importante, blogando, curei-me da depressão provocada pelo luto, através do carinho de bons amigos!
Descobri que eram pessoas reais e não apenas virtuais, quando me afastei da web por tantos meses. Durante todo este período, havia vários recados na caixa de comentários do último post, em que me despedia do blog e entrava no que eu pensava ser um luto eterno. Tantas mensagens amigas de encorajamento. Senti-me muito querida.
Teletransporte virtual
Através da interação com outros blogueiros, viajo virtualmente pelo Brasil a qualquer momento. Vou aos Estados Unidos, à Suécia, à Itália, a Portugal, ao Uruguai, ao Havaí e a tantos outros lugares, diariamente, para visitar os amigos que conheci através da blogosfera. Posso encontrá-los, em tempo real, viver suas alegrias, sentir suas tristezas, compartilhar suas vitórias.
Essa interação que temos, a proximidade, apesar da distância física é muito importante. Nunca estou sozinha, sempre há alguém com quem falar, e sei quem são, lembro-me de quando chegaram, e nunca mais me abandonaram.
E os encontros de @migos? São tantas pessoas que conheço através dos blogues. E, mesmo os que ainda não conheci pessoalmente, são bem reais, pois, quando trocamos idéias, conversamos por email, pelas redes sociais, pelos comunicadores, ou nos telefonamos, compartilhamos alegrias e dores, e há uma identificação verdadeira. Ao contrário, há “amigos” do mundo real que são mais virtuais que os da blogosfera…
Vício do bem
Percebo que blogar é um vício quando fico sem computador ou sem acesso à internet. Se o blog fica fora do ar, imediatamente procuro o Becher, o administrador da Via Hospedagem, para reativá-lo o mais breve possível. Quando estou “estéril”, sem assunto ou sem acesso, sinto o mesmo prazer apenas visitando os amigos e deixando algum comentário.
Esta possibilidades de gerar conteúdo, organizar informações e interagir com outros usuários pelo mundo inteiro é uma conquista que o blog me proporcionou e que não quero perder. Se é vício, é um vício do bem. E me faz muito feliz!
Imagem: No LuluzinhaCampRJ – foto de Ana Claudia Bessa