À escrivaninha. 27°C lá fora. Céu encoberto e possibilidade de chuvas mais tarde. Carioca não gostam…
Quando acesso uma rede social ou um blog específico, vou direto ao perfil de quem produziu o conteúdo. E qual não é a minha decepção ao encontrar uma figura no lugar da foto. Seria aquele avatar o alter ego da pessoa humana por trás da tela? Sua representação virtual confere com a aparência real?
Lembro-me de que, depois de acompanhar durante muito tempo um blog influente, imaginei como seria o rosto da escritora. Sabia que era uma mulher jovem, porém ela nunca revelou sua identidade. Nem o seu nome sabíamos. Até conhecê-la pessoalmente em um evento de mulheres interneteiras. Tão diferente da imagem que construí em minha memória. A realidade jogou por terra toda a ilusão criada através da leitura de seus posts.
Ainda hoje, dou asas à imaginação tentando criar um rosto para uma outra blogueira antiga. Nos conhecemos na web, há muitos anos, quando os blogs estavam em alta. Nunca tivemos a chance de tornar o virtual, real. Por ora, tenho uma imagem mental dela construída pelas lembranças de seus posicionamentos críticos e de seus argumentos bem fundamentados.
Embora considere alguns avatares muito significativos e até originalíssimos, prefiro enxergar a versão original, bem mais realista, nas fotos de perfis das redes sociais e dos blogs. É bom saber quem é a pessoa por trás da tela. O que avatar algum consegue revelar, por mais criativo que ouse ser.
Foto: RuslanDashinsky em Canva
Este post participa do #Literoutubro, cuja proposta é escrever um texto sob o tema disutópicos, a fim de explorar ideias de sociedades perfeitas ou falhas, e as tensões entre o desejo de utopia e a realidade de distopias. O tema de hoje: ILUSÃO e MEMÓRIA