Meu silêncio não significa aquiescência

À escrivaninha. 23 ºC lá fora. Manhã abafada com céu esbranquiçado e soturno.

A cada amanhecer, advirto-me mentalmente de que preciso exercitar a arte de apreciar o silêncio. Há coisas nesta vida sobre as quais é melhor nem tentar discutir, pois o saldo da polêmica é frustração e irritação.

As coisas importantes não precisam ser ditas para ser verdade; às vezes, o silêncio é a única verdade possível.
Victor del Arbol

A melhor maneira de acabar um debate infrutífero e que não leva a lugar nenhum é apreciar o silêncio. Discutir e argumentar com pessoas difíceis, quase sempre leva a um resultado insatisfatório. Principalmente se o interlocutor for irascível e dono da verdade. Nestes casos, é mais sensato silenciar em uma discussão a fim de evitar desgaste na alma.

Aprendi que de nada adianta refutar opiniões alheias. Apenas ouvir e, se possível, colocar minha posição a respeito. Caso contrário, aprecio meu silêncio e tomo minhas próprias decisões.

Meu silêncio não significa aquiescência.

Confesso que sinto um prazer satisfatório quando o outro lado acredita ter vencido a discussão. Talvez lhe pareça que fui convencida de sua “verdade”. O que a pessoa não sabe é que meu silêncio não muda minha opinião. Tampouco significa que eu acatei a dele. Apenas respeitei o seu direito de expor seu ponto de vista. No entanto, não lhe dei o direito de me impor suas ideias.

Não perco tempo tentando convencer alguém de que seu argumento está equivocado. Enquanto alguém esbraveja, eu fico refletindo e meditando sobre o quanto aquilo pode me trazer algum bem. Se não há receptividade e humildade para admitir isso, então, calo-me. O melhor remédio é o silêncio. A alma descansa e a mente se refaz.

Então, nada de desgaste em discussões infrutíferas. Aprecie o silêncio.

Foto de Arno Smit na Unsplash

Deixe um comentário

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.