À escrivaninha. Lá fora, 27°C. Sol tímido de outono. Clima triste de distanciamento social.
Minha amiga Claudia, em sua live matinal, disse ontem: “A meta de 2020 é sobreviver a ele. É tentar nos mantermos saudáveis física e emocionalmente.” E nos perguntou o que acrescentamos a nosso cotidiano, que não fazíamos antes.
Intensifiquei a leitura de livros e aceitei o desafio de minha amiga Ana, de criar um clube de livro virtual. Com outra amiga de São Paulo, a Lu, eu, aqui no rio, e a Ana, na Califórnia, iniciamos a leitura de “Sobre os Ossos de Mortos”, da ganhadora do prêmio Nobel de Literatura em 2019, Olga Tokarczuk.
Pretendemos nos reunir, via Skype, dentro de alguns dias, para inaugurar a discussão de uma obra em nosso primeiro Clube do Livro Virtual.
Esta nova empreitada tem me envolvido de uma maneira prazerosa. Passei algum tempo planejando nosso encontro virtual para o debate o livro. Senti-me novamente em sala de aula, em meu projeto de rodas de leitura.
Ficar em casa nos obriga a fabricar nossas próprias terapias para entretenimento e saúde. Descobrir pequenos prazeres e alegria em coisas simples é algo com o qual devemos nos beneficiar agora.
Mesmo que, nos próximos dias, nossos ânimos mudem, e decidamos não prosseguir com o Clube do Livro, ainda assim, terá valido a pena. Esse tempo em que me debruço no projeto tem trazido prazer a meus dias de distanciamento social.
Tudo são sonhos e desejos em meio ao caos de uma epidemia global. Não sabemos o que o futuro nos reserva. Espero que esta experiência literária ultrapasse a quarentena e faça parte de nossa rotina por muito tempo. E que outras pessoas se juntem a nós para apreciar a boa leitura. Quem sabe?
Parafraseando minha amiga Claudia, neste ano de 2020, a meta é sobreviver. O que conseguirmos realizar precisa ser algo que nos mantenha saudáveis emocionalmente. Quando isso tudo passar, poderemos dizer que sobrevivemos? E vivemos?
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