À escrivaninha. 34°C lá fora. Previsão de tempestade, mas só vejo sol e calor.
Ultimamente tenho pensado muito em bondade. Atos aleatórios de gentileza beneficiam tanto quem dá, como quem recebe. Acredito que os pequenos atos cotidianos de bondade nos tornam mais humanos. Dar e receber bondade cria momentos de felicidade que todos gostamos de sentir.
Quando agimos gentilmente com uma pessoa estranha, ela parece tão feliz por alguém notar e elogiar algo, ou lhe segurar uma porta, ou lhe oferecer um lugar na fila, ou lhe ceder o assento. Não custa muito ser gentil e trazer alegria a alguém e a nós também.
Ser gentil com quem conhecemos não é tão difícil, embora, nem sempre somos bons e tolerantes com quem está perto de nós no dia a dia. Exercitar atos de bondade com estranhos parece ser bem mais gratificante. As pessoas que as recebem têm suas vidas melhoradas, e os que as fornecem isto também se beneficiam.
Há, entretanto, algumas situações em que ser gentil não é a melhor alternativa. Pessoas podem abusar da sua boa vontade. Ser gentil não é ser servil. Há ocasiões em que alguém ignora um ato de gentileza e age como se fosse uma obrigação a outra pessoa agir em seu benefício.
Gentileza pode gerar desconforto se quem a recebe for egocêntrico. O egoísmo é uma cegueira à gentileza recebida. É preciso ter uma tranquilidade emocional para não se importar com a resposta ignorante.
Estudos mostram um vínculo entre a bondade e o gene que libera a dopamina, neurotransmissor que proporciona bem-estar. Precisamos exercitar a gentileza, mesmo quando o outro é difícil, mesmo em circunstâncias adversas, mesmo quando recebemos grosseria de volta.
Confesso que não é fácil ser gentil. Fácil é ser legal. Gentileza é algo mais intrínseco, requer prática, desprendimento. Somos legais para obtermos benefícios sociais ou materiais. Ser gentil sem esperar retribuição é um aprendizado.
Imagem: Happiness Maker by Pexels
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