À escrivaninha. 22°C lá fora. Céu nublado e estranhamente triste. Perspectiva de tempestade à noite. Tenho me sentido como aquele menino no filme: “tira casaco; bota casaco”, dada a instabilidade da temperatura estes dias.
A sabedoria da meia-idade e a experiência de quatro décadas organizando minhas casas, me revelaram que os objetos e todas essas coisas materiais não devem interferir em minha felicidade. Onde eu escolho colocar meu tempo e energia é o que realmente importa para uma boa disposição física, psicológica ou espiritual.
Finalmente, compreendo o poder de um nascer ou de um pôr do sol, de uma caminhada na natureza, de uma chamada de uma amiga, de uma nova receita de comida, de uma taça de vinho tinto, de uma reunião de clube do livro, de uma risada de minha neta, e de outros pequenos prazeres diários, para me redefinir, para me reorientar, para me reconduzir a um estado de felicidade momentânea.
Felicidade é prioridade
Minhas prioridades mudaram, desde o fim do ano passado. Tenho estado mais concentrada em planejar, executar e pôr em prática o que venho aprendendo nas aulas de escrita criativa. Também continuo em uma rotina agradável de leitura e mediação do meu amado clube do livro. E acrescentei os treinos de Pilates a minha rotina e isto fez muita diferença em minha disposição física e mental. Saio da aula sorrindo e suada, fazendo uma caminhada adicional no trajeto de ida e volta.
Por isso, todas essas pequenas coisas são tão importantes e têm muito mais valor do que a arrumação de minha sala de estar. Não me importar absolutamente com a bagunça das meninas — ignorar mesmo — é uma novidade para mim e estou adorando. Foram necessárias quatro décadas para eu entender que a casa que precisa estar arrumada é a minha mente. Isto é tão libertador.
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