À escrivaninha. 34°C lá fora. Um céu maravilhindo! Que sol, que luz, que calor! Amo muito tudo isto. Estou um misto de tempestade e paixão austeniana.
Terminei, há pouco, de assistir, pela segunda vez, ao filme “The Jane Austen Book Club”, com Emily Blunt e Maria Bello, lançado em 2007. O filme é uma adaptação da obra homônima de Karen Joy Fowler, de 2004, que estou relendo, também pela segunda vez.
Na primeira leitura, frustrei minhas expectativas, pois imaginei uma discussão sobre as obras de Jane. Fowler é conhecido por escrever sobre mulheres e sobre suas vidas. O livro não é sobre Jane propriamente, mas seus temas são o combustível para a construção das personagens de Fowler. Mas eu não li sinopse, só enxerguei Jane Austen. E me decepcionei.
Nesta releitura, entretanto, desprovida de preconceitos, mergulhei no âmago do livro de Fowler. Surpreendi-me ao perceber as conexões com as vidas das pessoas participantes do clube do livro, à luz dos fatos relatados nas obras de Austen. Cada membro enxerga Jane Austen de uma maneira, “cada um tem uma Austen particular”. A leitura é pessoal e cada um a processa de acordo com suas experiências atuais.
“Muito do meu livro era sobre a vida interior de meus personagens, suas histórias em particular” – Karen Joy Fowler
Os seis livros de Jane Austen tratam sobre como “ser” humano. O amor não é centro. As pessoas são. Os pensamentos e sentimento são mais expostos do que uma discussão literária propriamente. Eles trazem à tona os personagens e as emoções dos participantes, juntamente com as tensões e simpatias que flutuam e se filtram entre eles. No livro de Fowler, temas como traição, divórcio, desejo proibido, relacionamento de aparência, homossexualidade, liberdade física e mental, reconciliação, encontros e novos amores desfilam diante de nós, à luz das discussões de Austen.
As personagens contemporâneas de Fowler, em paralelo às clássicas de Austen, com seus anseios, suas decepções, suas frustrações, têm suas similaridades. É interessante observar como cada obra lida no clube reflete sobre o que cada membro em particular precisa superar. Então, conformada com o fato de que as obras de Jane Austen são citadas superficialmente, mergulhei na história e relaxei.
Afinal, gostei muito do livro. Do filme também. No fundo, sou uma romântica. Sou? Histórias de amor, de perdão, de reencontros e conexões são sempre bem-vindas. São?
Oi, Denise!
Lógico que são! Se antecipam aquilo que ainda não vivemos ou se reflete o que já vivemos, poderá ter um olhar que ainda não temos.
Ainda não assisti esse filme e parece interessante. Vou assistir sem expectativas 🙂 Até porque não sou expert em Jane Austen.
Desconfio de quem diz não sentir romantismo. Quem nunca?
Boa semana!!
Beijus,
Sim,Luma, sei que são importantes. O mundo moderno tenta sufocar este desejo natural humano por emoção e romantismo. De vez em quando, sentimos falta e procuramos compensar.
beijo, menina