O amor que a ficção permite

À escrivaninha. 22 °C lá fora. Céu nublado e triste. Um vento gelado invade a tarde pela janela.

Hoje quero compartilhar uma escolha que fiz ao criar meu romance: o personagem Hugo. Um homem romântico, carinhoso, devotado ao amor por Diana. Confesso que ouvi que ele estava “idealizado demais”, quase um sonho distante. Mas, para mim, a ficção tem essa liberdade preciosa de mostrar como o amor poderia ser – e, por que não, deveria ser.

Romances são, por essência, aspiracionais.

Eles nos convidam a sonhar, a acreditar que é possível viver um amor onde o carinho, a atenção e a entrega não sejam exceções, mas o normal. Hugo não é só um personagem; ele é uma esperança, um modelo do que podemos buscar e merecer.

Criar um homem que valoriza a parceira, que celebra os pequenos gestos, que se entrega com sinceridade, é um ato de resistência. Contra aquelas histórias que naturalizam o desamor, a indiferença, a falta de cuidado. Na minha escrita, quero mostrar que o amor pode – e deve – ser gentil, forte e generoso.

O poder da literatura de inspirar mudanças

Sei que a vida real nem sempre espelha esse ideal, mas acredito no poder da literatura de inspirar mudanças, abrir portas para novas formas de amar e ser amado. Por isso, não me sinto limitada pelas probabilidades do mundo real. Pelo contrário: me sinto livre para imaginar e criar um amor que nos faça crescer e florescer.

E você, que personagens, reais ou ficcionais gostou de ver retratado de uma forma mais idealizada na ficção?

Foto de Robin Skjoldborg

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