Loucura é não sentir nada

À escrivaninha. 28°C lá fora. Está um calor agradável. Céu rabiscado de branco. E viva o verão!

Há nove anos uso a mesma palavra norteadora que define o que eu realmente preciso conquistar. Este ano não será diferente. Permanecerei perseguindo o desafio de exercitar o silêncio. Sigo lutando para refrear a língua. Principalmente agora que a idade se impõe como uma manto de invisibilidade e calmaria.

Algo que ouvi na série O Espião Infiltrado acendeu dentro de mim uma verdade profunda: “Para a maioria dos idosos, a maior ameaça não é um acidente nem a saúde. É a solidão.”. A ausência de conexão e a sensação de ser esquecido.

Não me anima negociar amigos, nem morte, nem vida.
Anima-me estar em silêncio, sorrir na solidão compartilhada,
lendo versos de amor,
vendo o sol se transformar em lua
e acreditar que tudo é verdade.
E ainda dizem que é loucura sentir-se assim.
que nada!
loucura é não sentir nada ; 

[Brincando com as Palavras. Márcia Kastrup Rehen. RJ.2007]

A solidão não precisa ser uma vilã

Encontrar alegria na solitude, apreciando a beleza simples do mundo ao meu redor transforma a solidão em uma companheira com quem se pode compartilhar nosso interior e encontrar paz no silêncio. E é nesse sentido que vivo, encontrando propósito e significado em cada pequeno momento.

Quero trilhar um caminho novo, com novas perspectivas. Silenciar, refletir, avaliar e agir serenamente. Enquanto envelheço…

Meu 2025 será mais leve, mais introspectivo, mais sereno. Anima-me estar em silêncio, sorrir na solitude voluntária, escrevendo romances de amor, vendo o sol se transformar em lua e acreditar que tudo é verdade. E se disserem que é loucura sentir-se assim, parafrasearei os versos de minha saudosa amiga Marcia Clarinha: 

Loucura é não sentir nada.

Foto de charles Lebegue na Unsplash

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