À escrivaninha. 23°C lá fora. Tarde nublada, chuvosa e fria. Seguimos em um pseudo distanciamento social. Eu estou em casa todos estes dias. Neste momento, não há regras sobre o que desejo fazer! Faça o que for bom para você – ou não faça nada – é o meu lema.
Tenho muito a agradecer, mas há momentos em que me sinto triste, irritada ou cansada. Eu assisti a algumas aulas on-line, no início da quarentena, mas, agora, simplesmente não quero fazer nenhum curso. Tenho pouca energia criativa, neste momento do confinamento. Grande parte dela é dedicada à leitura e escrita e a atividades físicas leves pela manhã. Ah, sim, e a algumas séries no celular ou no tablet.
Em casa por quase três meses, consegui algo novo e desafiador. Estou animada com o Clube do livro virtual, nascido nesta quarentena. Já fizemos três reuniões via Skype, e iniciamos a leitura do quarto livro. São momentos maravilhosos, compartilhando o amor pela leitura, com amigos e amigas, do Brasil e dos Estados Unidos. E o meu desejo mais intenso é de que o nosso clube do livro virtual permaneça o resto da vida.
Isolamento e conexão humana, alinhados com a necessidade de interação social, são tão importante para a saúde mental. Isto, as reuniões virtuais tem me proporcionado.
Ainda não aprendi a fazer pão, o “hit da quarentena”, mas sigo tentando. Tenho cozinhado, todos os dias, os pê-efes da Rita Lobo, e consumido comida caseira de verdade. Eu acho que meu fluxo criativo agora está focado na culinária. Relaxa, de verdade.
Este é um momento difícil, então, seja gentil consigo mesmo. Não há problema em estar sem criatividade; não há problema em não estar escrevendo, lendo ou fazendo qualquer outra coisa que você acha que deveria estar fazendo. Se seu corpo deseja uma soneca, durma!
À medida que envelheço, tento não estimular o medo dos acontecimentos. Percebo que a maioria das coisas nunca é tão ruim quanto permitimos que nossa mente imagine. Um dia de cada vez.