À escrivaninha. 28°C lá fora. Tarde abafada com céu azul riscado de nuvenzinhas primaveris.
Hoje é o meu Dia da Mestras, mas não falarei de dores. Quero recordar apenas os amores em quase quatro décadas de magistério. Deixei posts na rede social para marcar o dia com otimismo. É esta lembrança que quero guardar comigo: a de distribuir sonhos e alegrias.
Atualmente não dou mais aulas. Minha trajetória agora é ler e escrever. Enxergo-me como professora de Literatura e eterna aprendiz de escritora. Lendo nas rodas e nos clubes de leitura e escrevendo romances, sigo ensinando o amor às Letras e a paixão pela leitura. Sinto-me homenageada no dia de hoje com a profissão que abracei: Distribuidora de sonhos realizáveis.
Festa da leitura
Voltei ontem de Paraty, onde eu e o meu livro Café & Romance participamos da 22ª Festa Literária Internacional. Durante quatro dias, equilibrei-me com um pouco mais de dificuldade pelo Centro Histórico — idade, pois… — , sobre as pedras construídas por pessoas escravizadas. Eu disse que não ia falar de dores hoje, mas é impossível…
Desta vez, fui como integrante de um grupo de mulheres escritoras, o Coletivo Escreviventes. Trabalhei no estande onde expusemos nossos livros e conversamos com as pessoas sobre as ações do grupo. Participei dos eventos nas casas literárias, nas ruas do Centro Histórico, nos quais escritoras do Coletivo compunham as mesas de debates.
A Flip teve João do Rio como homenageado, mas a estrela da festa foi a Carla Madeira, não há como negar. Aliás, ainda não li o “Tudo é rio”, mas está na lista da curadoria para o clube do livro do ano que vem. Assisti a algumas mesas principais pelo canal da FLIP no Youtube. Sem condições de ficar em pé na frente do telão, com tantas pessoas queridas para rever, encontrar e abraçar.
Reencontrei várias pessoas queridas — escritoras e editoras — e conheci outras novas. Conheci pessoalmente a ilustradora da capa do meu Café & Romance, a Surina Mariana, e peguei o autógrafo de seu novo livro: 108. Revi outra vez a minha mestra de escrita, a Ana Rüsche, e foi uma alegria. Ambas fizeram parte de mesas sobre newsletter e literatura. Essas duas mulheres foram fundamentais durante a escrita e a publicação de meu primeiro romance. Moram em meu coração.
Nem tudo foram flores — eu disse que não falaria de dores… Mas serviu como aprendizado. Infelizmente, este ano, não foi possível fazer a manhã de autógrafos, por razões de logística: meus livros não chegaram (suspiro…). Mesmo assim, autografei o único exemplar que tinha comigo do Café & Romance e distribuí sorrisos e abraços.
Tive outros pequenos contratempos. Levei um tombo fabuloso e ganhei uma enorme marca roxa na perna. Meu cabelo se revoltou na maior parte do tempo (isso foi o de menos). Perdi uma calça pantalona linda em uma poça com água sanitária. O temporal e o apagão do ano passado não compareceu desta vez, mas a chuva adiantou nosso retorno. Nada de trágico.
O ponto alto de minha experiência, com certeza, foi participar do sarau das Escreviventes lendo um trecho de meu romance. Foi emocionante ver e ouvir escritoras mulheres espalhando beleza e reflexão em forma de prosa e poesia.
Então, após os sessenta, quero continuar distribuindo sonhos e alegrias. Na leitura, na escrita, e no ensino do amor à arte literária.
Postei fotos e vídeos no Instagram @denisegals, com alguns registros das experiências nestes dias na FLIP.
Foto: Canva
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