À escrivaninha. Faz 22°C lá fora. Um ventinho frio outonal e melancólico. A cada manhã, sinto-me incrivelmente grata apenas por acordar.
Queremos voltar a uma vida de normalidade. Queremos voltar ao tempo em que a vida era mais tranquila. E queremos parar esta situação de estresse e ansiedade. A realidade, porém, é bem diferente.
O que podemos aprender com esta nova realidade? Eu penso que precisamos encontrar a coragem de viver plenamente o agora, de estar totalmente presentes com nós mesmos e com os nossos amados.
Este novo estilo de vida em distanciamento social, trouxe-me uma nova perspectiva. Tantos dias de pandemia têm me feito refletir sobre algo importante. Nós só temos um único dia em nossas vidas: o dia de hoje. No momento em que o dia seguinte amanhece, é hoje novamente.
O único dia que temos é este. O amanhã nunca vem. Cada dia é um novo hoje. Não há garantias quanto ao futuro. E todo amanhecer é uma vitória.
Recebi a primeira dose da vacina, mas continuo em casa desde o início. Saí pouquíssimas vezes por absoluta necessidade. Fiquei triste – e indignada, em ver pessoas idosas, mãe com filhos, várias pessoas andando pela rua sem máscaras!
Quando estava voltando para casa, percebi que eu não observara a paisagem. Não prestei atenção a flores, a animais, a coisas bonitas, tão concentrada estava em me esquivar de pessoas sem máscaras. Esqueci de observar o canto dos pássaros, de sentir os raios de sol, e de fotografar algo interessante na paisagem. Que lástima!
Com a segunda dose da vacina, talvez eu cogite em sair de casa mais vezes, se for absolutamente necessário, obviamente. Sem abandonar o hábito de usar máscaras, de manter distanciamento e de higienizar mãos e objetos. Não pretendo abrir mão da segurança.
Este será o meu modo de vida daqui para a frente. Concentrar-me em ocupar minha energia em algo útil e leve, cada dia de hoje, à medida que chega.