À escrivaninha. 14ºC lá fora. Céu nublado. Um vento frio me estremece.
Vejo a aposentadoria como um novo capítulo de um livro, com variações no tema central e novas inserções no enredo. Com essa perspectiva aliada à minha personalidade impulsiva e intempestiva, mergulhei totalmente no enredo de minha aposentadoria.
Eu continuo a acordar cedo com um ardente senso de propósito. Isto é algo que ainda está fortemente arraigado à minha mente todas as manhãs: há algo para eu fazer! Há rotinas diárias para resolver e novas paixões para explorar… A lista nunca acaba – e muda regularmente.
Os novos capítulos em minha vida de aposentada incluíram vários detalhes que se revelaram uma transição fantástica do mundo do trabalho. Eu parecia uma aluna que inicia a faculdade, fazendo a inscrição das atividades. Entrei em tantos cursos ao longo destes anos de aposentadoria!
Nem todas as atividades me fisgaram, obviamente, impulsiva que sou. Por exemplo, cursos de Inglês e de Filosofia. Inscrevi-me várias vezes em diferentes ocasiões. Durante o período em que estudava, eu estava envolvida, presente. Aprendi muito sobre mim e sobre o que realmente tem um propósito para minha vida. Nunca consegui continuar nenhum deles, entretanto. Abandonei-os no início.
Algumas das outras atividades em que me envolvi persistiram; outras, não. Recentemente, iniciei aulas de ginástica personalizadas. Já desisti delas. Não me adaptei a horários fixados e à interação ao vivo. Optei por aulas gravadas em vídeo, com a mesma professora. Sozinha, comigo mesma.
Por outro lado, há atividades que amo fazer e preenchem meu tempo e me alegram a vida. Por exemplo, mergulhei de corpo e alma no projeto Clube do livro. A cada dia a empolgação só aumenta. Há um senso de propósito bem definido nesta atividade. É o que desejo fazer e o que me apetece a vida profundamente.
Obviamente, as tarefas na aposentadoria são diferentes de quando eu trabalhava. Isto torna o novo capítulo do meu livro atraente e excitante. Não sou obrigada a nada. Liberdade de fazer as tarefas, de escrever e de ler, de me exercitar, de fazer qualquer coisa em minha própria agenda e não ter de espremer tudo em um turno de dia de trabalho.
Isto é Libertador: ter a coragem e o discernimento de escolher o que é melhor para nós. Sinto-me imensamente grata por ter um tempo regular e ininterrupto com meus projetos pessoais , com a minha família, com os meus amigos e as minhas amigas e comigo mesma. Até a página final de meu livro…
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